quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Documentários “Abaixando a máquina” e “War Photographer”.

Nenhuma vida vale uma foto. Fotógrafo não faz demagogia, Fotógrafo faz fotografia. Em meios a essas duas frases nos baseamos no assunto que será tratado, ou seja, Fotojornalismo. Porém não é qualquer tipo de foto, e sim, de tragédias que acontecem no Rio de Janeiro, basicamente ditas, tristezas, dor, perdas. Dois documentários relatam a vida de fotógrafos que se arriscam em meio às guerras, tiroteios, e mortes enfrentando a dura realidade e descobrindo até aonde vai à ética para conseguir uma foto. “Abaixando a máquina” e “War Photographer”.

No primeiro documentário citado, observamos várias cenas, em que perguntas rodeavam nossa cabeça: Bater ou não bater a foto? Deixar a câmera de lado para tentar ajudar? Onde tem violência, policiais, traficantes, sempre há vários fotógrafos. Eles se arriscam suas próprias vidas para conseguirem uma boa foto. Eles ultrapassam qualquer limite de segurança e bem estar. Entre alguns tiros, vão se abaixando, se ajeitando, sem nunca desligar a câmera. As cenas mostradas são chocantes, a ponto de pensar que os fotógrafos são doentes em trabalhar dessa forma. Pois é, mas, são pessoas como quaisquer outras que buscam o pão de cada dia, são trabalhadores em busca do trabalho, porém vivem a vida com mais adrenalina. Acostuma.

A violência carioca sempre existiu, e continua crescendo expressivamente. E isso tudo faz com que os foto jornalistas consigam boas fotos, para depois concorrerem a prêmios. Tudo bem até aí, se eles não invadissem a privacidade das pessoas para conseguir estas fotos. Nesse caso a indignação prevalece, pois em uma perda, em um velório, a família está muito abalada, e ainda ficam expostas as câmeras que não param, para depois todas as pessoas verem sua dor, transpassada para uma foto, onde o mínimo que acontecerá são as pessoas ficarem com “pena” e depois irão esquecer. Há ocasiões que deveriam ser respeitadas, pois a dor e sofrimento para quem perde é incalculável.

O outro documentário é também nesse padrão, a pequena diferença é que James Nachtweyé é realmente um fotógrafo de guerra. Corajoso, que dedica toda a sua vida, nas fotos. Ele relata toda a tragédia, os sofrimentos, guerras, através das fotos, sendo assim um serviço muito duro, têm que ter muito “sangue frio” para conseguir enfrentar toda a violência. James já ganhou muito prêmios por seus documentários e fotos. Mas, e será que tudo isso recompensa, o medo, a insegurança que se passa? Ver uma pessoa morta na capa do jornal, não é nada recompensador. Ver o sofrimento de mães, crianças magérrimas passando fome, não muda nada bater ou não a foto, na verdade é uma tristeza a mais vista.

Por isso, se existe ética para bater fotos, muitos fotógrafos não se importam, entretanto respeitar os limites, e se por no lugar da pessoa seria o mínimo que se poderia fazer. Muitas vezes vale mais ajudar e não bater a foto, do que bater e ficar com peso na consciência. Para finalizar uma frase de Nachtwey "Eu tenho sido uma testemunha, e essas imagens são o meu testemunho. Os eventos que eu deveria ter gravado não pode ser esquecido e não deve ser repetido". Há momentos vividos por esse fotógrafos que jamais serão esquecidos, lágrimas, rostos, sangue, mortes, miséria, sujeira, tudo fica na memória e gravado nas fotos tiradas. Todos esses fotógrafos, por piores intencionados merecem os parabéns, pois esta coragem que demosntram e de não se importarem com o perigo é para poucos.

Por: Suu. D.

Nenhum comentário: