sábado, 21 de novembro de 2009

Lua Nova – PRÓLOGO


PARECIA QUE EU ESTAVA PRESA EM UM DAQUELES PESADELOS apavorantes em que você precisa correr, correr até os pulmões explodirem, mas não consegue fazer com que seu corpo se mexa com rapidez suficiente. Minhas pernas pareciam se mover com uma lentidão cada vez maior à medida que eu lutava para atravessar a multidão insensível, mas os ponteiros do enorme relógio da torre não eram lentos. Com uma força implacável, eles se aproximavam inexoravelmente do fim – do fim de tudo.
Mas isso não era um sonho, e, ao contrário do pesadelo, eu não estava correndo para salvar a minha vida; eu corria para salvar algo infinitamente mais precioso. Hoje minha própria vida pouco significava para mim.
Alice dissera que havia uma boa possibilidade de que morrêssemos ali. Talvez fosse diferente se ela não estivesse na armadilha que era a luz do sol intensa; só eu estava livre para correr por aquela praça cintilante e abarrotada.
E eu não conseguia correr com rapidez suficiente.
Então não me importava que estivéssemos cercados de inimigos extraordinariamente perigosos. À medida que o relógio começava a soar a hora, vibrando sob a sola de meus pés lentos, eu sabia que era tarde demais para mim -e fiquei feliz que alguma coisa sedenta de sangue esperasse nos bastidores. Pois, falhando nisso, eu perderia qualquer desejo de viver.
O relógio soou novamente e o sol incidia exatamente do meio do céu.

2 comentários:

ingra costa e silva♥ disse...

Aiiin... me deu uma b=vontade de ver o filme agora ><

Suu disse...

Só te digo uma coisa: P E R F E I T O. corraa pro cinema *-*